PERÍCIA CRIMINAL COMO TECNOLOGIA DE VIGILÂNCIA RACIAL: ENTRE EPISTEMOLOGIA FORENSE, NECROPOLÍTICA E ALGORITMOS RACIALIZADOS
DOI:
https://doi.org/10.56238/isevmjv4n3-025Palavras-chave:
Perícia Criminal, Vigilância Racial, Algoritmos, Epistemologia Forense, Necropolítica, Justiça EpistêmicaResumo
Este artigo propõe uma análise crítica da perícia criminal brasileira como tecnologia de vigilância racial, evidenciando como práticas forenses operam na legitimação técnico-científica da violência institucional contra populações negras e periféricas. A partir de uma revisão bibliográfica interdisciplinar, articula-se a criminologia crítica, a sociologia da ciência e os estudos decoloniais para demonstrar que o saber pericial — longe de ser neutro — está atravessado por estruturas históricas de racialização, seletividade penal e exclusão epistêmica. Em especial, discute-se o papel das tecnologias algorítmicas e da inteligência artificial na produção de laudos e decisões judiciais, revelando como esses sistemas, ao serem treinados com bases de dados enviesadas, ampliam a desigualdade racial sob a aparência de objetividade. A pesquisa aponta para a urgência de uma reforma pericial antirracista, pautada na justiça epistêmica e na pluralização dos regimes de verdade sobre a morte e a violência.
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