O lado oculto da Inteligência Artificial Generativa: Trabalho invisível, consumo de energia e desafios éticos no caso do ChatGPT
Palavras-chave:
IA Generativa, Ghost Work, Sustentabilidade Tecnológica, GovernançaResumo
A inteligência artificial generativa, representada por ferramentas como o ChatGPT, tem revolucionado a produção de conteúdo, comunicação e automação de tarefas. No entanto, pouco se discute sobre os impactos ocultos envolvidos em sua criação e manutenção. Este artigo tem como objetivo problematizar os custos invisíveis da IA generativa, explorando três eixos principais: o consumo energético intensivo, a dependência de mão de obra humana invisibilizada e as implicações éticas desse modelo tecnológico. O treinamento de modelos de linguagem demanda grandes volumes de dados e poder computacional, resultando em significativa emissão de carbono e consumo de energia, o que levanta preocupações ambientais. Além disso, por trás da suposta autonomia da IA, existem milhares de trabalhadores, muitas vezes em países do Sul Global, que realizam tarefas de rotulação, filtragem e moderação de conteúdo em condições laborais precárias, configurando o chamado ghost work. Por fim, discute-se a opacidade algorítmica e a centralização do poder em poucas corporações, fatores que dificultam a governança democrática da tecnologia. Com base em artigos científicos, relatórios técnicos e reportagens investigativas, este estudo busca oferecer uma análise crítica e atualizada sobre os efeitos colaterais da IA generativa, propondo reflexões sobre justiça tecnológica, transparência e sustentabilidade. Ao revelar o que há por trás da interface inteligente, espera-se contribuir para um debate ético e informado sobre o futuro da inteligência artificial.