Precariedade e subversão feminina na Amazônia de Dalcídio Jurandir
Palavras-chave:
Metáfora, Gênero, Patriarcado, Subversão FemininaResumo
Pretendo, neste artigo, realizar uma análise filosófica de duas metáforas de Dalcídio Jurandir. A primeira delas está no romance, Chove nos campos de Cachoeira, que denomino “A metáfora do crucifixo e os arranha-céus”. Trata-se da descrição do quarto onde vive, em condições precárias, a prostituta Felícia. A segunda metáfora, que denomino “A metáfora do corpo herético”, é descrita no romance Marajó, quando Jurandir narra, por meio do personagem Ramiro, a relação sexual de Orminda com o sacristão, na torre da igreja. A partir da análise dessas duas metáforas, viso realizar uma reflexão filosófica sobre a questão do gênero e do patriarcado, tendo como fundamento teórico a concepção de corpo performativo segundo Butler, de gênero como fora do olhar principal de acordo com Fraisse, dos mecanismos simbólicos de dominação conforme Bourdieu e da semiótica do corpo-política segundo Kristeva.