Características morfométricas da microbacia hidrográfica do Rio Melissa e estimativa do aporte de nitrogênio e fósforo oriundos de viveiros escavados e piscicultura
Palavras-chave:
Aquicultura, Geotecnologias, Geoprocessamento, HidrologiaResumo
O avanço das geotecnologias tem aumentado a precisão no monitoramento ambiental, sendo o sensoriamento remoto fundamental para a gestão de bacias hidrográficas. Este estudo analisou a microbacia do rio Melissa, afluente do rio Piquiri (oeste do Paraná), visando caracterizar aspectos morfométricos, mapear viveiros escavados e estimar o aporte de nutrientes da piscicultura. A delimitação da bacia foi realizada a partir de imagens do Modelo Digital de Elevação (30 m) processadas no QGIS 3.22.14 e GRASS GIS, gerando mapas de declividade, hipsometria, solos e uso do solo. A análise morfométrica contemplou oito índices, e o mapeamento dos viveiros utilizou imagens do Google Earth®. A microbacia apresenta relevo plano a suavemente ondulado, com altitudes entre 220 e 820 m, predominando 520–720 m (72,26%). Os solos são majoritariamente LATOSSOLO VERMELHO (75%), seguidos de NITOSSOLO VERMELHO (19,46%), adequados à piscicultura pela impermeabilidade. O uso do solo é dominado por soja (63,65%), seguido por florestas (15,65%). Os índices (Kc=2,73; Dd=0,89) indicam forma alongada, baixo escoamento superficial e baixo risco de enchentes. Foram identificados 278 viveiros, 70,86% de classe I, mas viveiros de classe III concentraram 52,60% da lâmina d’água. A produção estimada foi de 4.373 t, com aporte de 199,66 t de nutrientes na criação e 8,51 t na despesca. Conclui-se que a microbacia apresenta condições favoráveis à aquicultura, mas viveiros maiores demandam manejo para reduzir eutrofização, destacando a importância das geotecnologias na gestão hídrica.