A dupla hélice da Inteligência Artificial Generativa: Vetor e antídoto para a desinformação no Brasil
Palavras-chave:
Inteligência Artificial Generativa, Desinformação, Comunicação Digital, Regulamentação, JornalismoResumo
A ascensão da Inteligência Artificial Generativa (IAG) reconfigurou drasticamente o ecossistema de comunicação e informação, instaurando um paradoxo central: a mesma tecnologia que permite a criação e disseminação de desinformação em escala e sofisticação sem precedentes também oferece as ferramentas mais promissoras para sua detecção e mitigação. Este artigo de revisão analisa criticamente esta dualidade, que se assemelha a uma dupla hélice, com foco no contexto brasileiro. A metodologia adotada foi a revisão sistemática de literatura, abrangendo artigos acadêmicos, relatórios técnicos e documentos legislativos para mapear as tendências e desafios atuais. Os resultados demonstram, por um lado, como tecnologias como Redes Adversariais Generativas (GANs) e Grandes Modelos de Linguagem (LLMs) são instrumentalizadas para a produção de deepfakes e narrativas falsas, impactando processos democráticos e a confiança pública. Por outro lado, evidencia-se o potencial da IA como ferramenta de fact-checking automatizado e análise de padrões de desinformação. A análise aprofunda-se no debate regulatório brasileiro, por meio de um estudo comparativo entre o Projeto de Lei nº 2338/2023 e o AI Act da União Europeia, revelando convergências e desafios de implementação. Conclui-se que a navegação segura na nova infosfera híbrida demanda uma abordagem multifacetada, que integre uma regulação tecnológica robusta, a adaptação ética das práticas comunicacionais e um investimento massivo em literacia midiática e algorítmica para a sociedade.