Adolescência: Desafios, obstáculos e potencialidades na construção de si e do mundo
Palavras-chave:
Adolescência, Identidade, Bullying, Cyberbullying, Educação, Vulnerabilidade, AutenticidadeResumo
Este capítulo explora a adolescência como um período de grande potencial criativo e transformador, mas frequentemente marcado por sentimentos de insuficiência, junto a intensas oscilações físicas, emocionais e sociais, potencializado pela busca de identidade e pertencimento. A partir de uma perspectiva multidisciplinar, discute-se como o contexto histórico, cultural e tecnológico influencia diretamente a forma como adolescentes se percebem e se posicionam no mundo. Autores como Antunes & Zuin (2008), Brené Brown (2019), David Myers (2008), Paulo Freire (1996), Silvia Lane (1999), Vygotsky (1999) e Zygmunt Bauman (2001) fundamentam a compreensão da adolescência como um processo relacional e coletivo, em que fatores individuais e sociais se entrelaçam. A pesquisa que embasa este capítulo parte da seguinte pergunta norteadora: Como adolescentes constroem sua identidade em meio aos desafios, obstáculos e potencialidades presentes na sociedade contemporânea, marcada pela liquidez das relações e pelo avanço das tecnologias digitais? Considera-se que os adolescentes, ao vivenciarem contextos atravessados por preconceitos, desigualdades, pressões sociais, tendem a enfrentar fragilidade emocional e conflitos internos que podem se manifestar em fenômenos como bullying e cyberbullying, mas que, quando apoiados por processos educativos empoderadores e ambientes seguros de diálogo, podem desenvolver autonomia, empatia e protagonismo na construção de si e do mundo. Será apresentada uma visão integrada da adolescência na contemporaneidade, compreendendo-a como uma fase em que os jovens se veem diante de relações fluidas, excesso de informações e exigências internas e externas que muitas vezes dificultam a formação de uma identidade autêntica. A partir dessa compreensão, são propostas estratégias para apoiar meninos e meninas na construção de vínculos saudáveis e no fortalecimento de suas potencialidades, incentivando-os a se tornarem agentes transformadores em seus contextos de vida.