Potencial terapêutico das células-tronco na regeneração pancreática: Uma estratégia emergente para o tratamento do diabetes mellitus tipo 1
Palavras-chave:
Células-tronco, Regeneração Pancreática, Diabetes Mellitus Tipo 1, Terapia Celular, Medicina RegenerativaResumo
O diabetes mellitus tipo 1 (DM1) é uma doença autoimune caracterizada pela destruição das células β pancreáticas, resultando em deficiência absoluta de insulina e necessidade de terapia exógena contínua. Apesar dos avanços nas tecnologias de monitoramento glicêmico e nas formulações de insulina, muitos pacientes permanecem fora das metas terapêuticas, reforçando a necessidade de estratégias inovadoras. As terapias celulares baseadas em células-tronco emergem como alternativa promissora, uma vez que apresentam potencial para regeneração pancreática e restauração da função endócrina. O presente estudo constitui uma revisão narrativa da literatura, realizada entre 2020 e 2025, em bases indexadas nacionais e internacionais, com foco no uso de células-tronco embrionárias (hESCs), pluripotentes induzidas (iPSCs) e mesenquimais (MSCs). Os resultados analisados demonstram que hESCs e iPSCs podem diferenciar-se em células β-like produtoras de insulina, enquanto as MSCs exercem papel relevante na modulação imunológica e na proteção do microambiente pancreático. Ensaios clínicos recentes, incluindo protocolos com células derivadas de pluripotentes humanas, já evidenciam secreção mensurável de C-peptídeo e redução parcial da necessidade de insulina exógena, confirmando a viabilidade translacional da estratégia. Contudo, desafios importantes permanecem, como imunogenicidade residual, risco de tumorigênese, imaturidade funcional das células implantadas, necessidade de imunossupressão, além de barreiras econômicas e regulatórias. Conclui-se que a regeneração pancreática mediada por células-tronco representa um campo em rápida evolução, com perspectivas clínicas relevantes, mas que ainda exige estudos multicêntricos de longo prazo, protocolos padronizados de eficácia e segurança, e políticas que assegurem acessibilidade global.