Uso da ketamina intranasal no tratamento da depressão refratária: Evidências atuais sobre eficácia e segurança

Autores

  • Valéria Goulart Viana
  • Dário Rodrigo Salvador de Lima
  • Denis Rossanez Rodrigues
  • João Gonçalves Simões Filho
  • Sara Regina de Jesus Bandeira
  • Carlos Alberto Barbieri
  • Ariane de Souza Alves
  • Laura Leme de Araujo Rodrigues da Silva
  • Luís Antonio dos Santos da Silva
  • Jemina Vieira e Freitas Lourenço
  • Thiago Moreira Goivinho
  • Marcel dos Santos Gonçalves
  • Dieniffer Rios Viana
  • Matheus Maciel de Oliveira
  • Mayara Gazolla Ribeiro
  • Luís Henrique Oliveira de Moura
  • Fernanda Costa Rodrigues
  • Giovana Mitie Bansho
  • Mauro Ricardo Junior
  • Allan Jacques Garcia
  • Lucas Rodrigues Gato Gonzalez

Palavras-chave:

Ketamina, Depressão Resistente ao Tratamento, Esketamina, Via Intranasal, Psiquiatria

Resumo

A depressão resistente ao tratamento (TRD) representa um dos maiores desafios clínicos da psiquiatria contemporânea, caracterizando-se pela ausência de resposta adequada a, pelo menos, dois antidepressivos convencionais. Nesse contexto, a ketamina, especialmente em sua forma S-enantiômera (esketamina), tem se destacado como uma alternativa terapêutica inovadora de ação rápida. Esta revisão integrativa teve como objetivo analisar criticamente as evidências disponíveis sobre a eficácia e segurança da administração intranasal de ketamina no manejo da TRD. A busca foi realizada nas bases PubMed, Scopus, Web of Science e SciELO, entre 2014 e 2025, incluindo ensaios clínicos randomizados, revisões sistemáticas e metanálises. Os resultados demonstram que a esketamina intranasal promove redução significativa dos escores de depressão em 24 a 48 horas, com taxas de resposta e remissão superiores às do placebo. O perfil de segurança mostrou-se favorável, com eventos adversos predominantemente leves e transitórios, como dissociação, tontura e elevação temporária da pressão arterial. Estudos de longo prazo, como o SUSTAIN-1 e o SUSTAIN-3, confirmam a manutenção da eficácia e ausência de toxicidade cumulativa. Apesar dos resultados promissores, persistem lacunas quanto à padronização de doses, durabilidade dos efeitos e uso combinado com outras terapias. Conclui-se que a esketamina intranasal representa um avanço significativo no tratamento da depressão refratária, devendo, contudo, ser utilizada sob rigoroso acompanhamento clínico e dentro de protocolos baseados em evidências.

DOI: 10.56238/1stCongressSevenMultidisciplinaryStudies-282

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Publicado

2025-10-30