A CONVENÇÃO DE LJUBLJANA-HAIA COMO UMA ESTRUTURA FORMIDÁVEL NO COMBATE À IMPUNIDADE POR CRIMES INTERNACIONAIS: UMA AVALIAÇÃO DAS VANTAGENS DA ADESÃO E DOS DESAFIOS PERCEBÍVEIS PARA OS ESTADOS NÃO PARTES DO ESTATUTO DE ROMA

Autores

  • Muruga Perumal Ramaswamy

DOI:

https://doi.org/10.56238/isevmjv4n4-026

Palavras-chave:

Impunidade, Cooperação Internacional, Assistência Jurídica Mútua, Extradição, Transferência de Pessoas Condenadas, Convenção de Liubliana-Haia

Resumo

Combater a impunidade por crimes é fundamental para qualquer sistema de justiça criminal que se dedique a proporcionar justiça efetiva aos crimes cometidos e a dissuadir crimes futuros. A busca pela prevenção da impunidade não deve se limitar aos atos criminalizados pelas leis nacionais, mas deve abranger atos que constituem crimes internacionais. Embora os Estados geralmente sejam receptivos à adoção de medidas de prevenção da impunidade para garantir o exercício efetivo de suas respectivas jurisdições criminais nacionais, entusiasmo semelhante pode diminuir quando o mesmo é buscado por outros Estados ou tribunais penais internacionais. Preocupações com quaisquer obrigações internacionais que infrinjam a soberania nacional e a consequente relutância de muitos Estados em aderir ao Estatuto de Roma, que institui o Tribunal Penal Internacional, são exemplos clássicos. Embora uma iniciativa internacional significativa tenha buscado preencher a lacuna na luta global contra a impunidade com a recente introdução da Convenção de Liubliana-Haia em 26 de maio de 2023, a subsequente resposta morna dos Estados que aderiram ao novo regime levanta a questão de se a relutância dos Estados poderia ser atribuída ao mesmo dilema que os Estados enfrentam ao aderir ao Estatuto de Roma. Com o objetivo de investigar essa apreensão, o presente artigo analisa sistematicamente as disposições fundamentais da Convenção de Liubliana-Haia para determinar em que medida elas podem contribuir para as preocupações convencionais dos Estados que não são partes do TPI. O artigo examina atentamente as principais obrigações decorrentes da Convenção para demonstrar como se busca alcançar um equilíbrio entre o fortalecimento da cooperação internacional e a preservação da soberania nacional na administração penal. O artigo argumenta que este regime multilateral pioneiro no reforço da cooperação internacional em matéria penal em três elementos fundamentais distintos: assistência jurídica mútua, extradição e transferência de pessoas condenadas, deve ser visto pelos Estados não signatários como uma ferramenta fundamental para ampliar o alcance e a eficácia de suas jurisdições penais nacionais, mais do que como uma plataforma para facilitar a atuação de cortes ou tribunais internacionais. As conclusões específicas do artigo avaliam a validade desse argumento para chegar a conclusões relevantes e propor algumas linhas de ação futuras.

Referências

Asgarova, M. P. (2021). Problems of the non-treaty based mutual legal assistance on criminal cases between the states. *Law Review of Kyiv University of Law, 2021*(3), 294–300.

Vollz, B. C., Sada, B. H., Darolt, G. D., Silva, G. G., Hillesheim, L. S. M., Santos, M. C., & Santos, I. M. (2022). The impacts of domestic violence and feminicide as an extreme consequence. *International Seven Journal of Multidisciplinary, 1*(2). https://doi.org/10.56238/isevmkv1n2-003

Bassiouni, M. C. (2000). Combating impunity for international crimes. *University of Colorado Law Review, 71*, 409–422.

European Union. (2016). *Directive 2016/680 on the protection of natural persons with regard to the processing of personal data for the purposes of the prevention, investigation, detection or prosecution of criminal offences or the execution of criminal penalties*. https://eur-lex.europa.eu/legal-content/EN/TXT/?uri=celex%3A32016L0680

Gordon, M., Iglesias, J., Semeshenko, V., & Nadal, J. P. (2009). Crime and punishment: The economic burden of impunity. *The European Physical Journal B, 68*, 133–144.

Haldemann, F., & Unger, T. (Eds.). (2018). *The United Nations principles to combat impunity*. Oxford University Press.

Kordon, D. (1991). Impunity’s psychological effects: Its ethical consequences. *Journal of Medical Ethics, 17*, 29–32.

Lagerwall, A., & Hébert-Dolbec, M. L. (2022). Universal jurisdiction. In A. Peters (Ed.), *Max Planck encyclopaedia of international law*. Oxford University Press. https://opil.ouplaw.com/display/10.1093/law-mpeipro/e2259.013.2259/law-mpeipro-e2259

Miliband, D., & Eurasia Group. (2025). *The atlas of impunity 2024: A people’s perspective*. Carnegie Corporation. https://www.eurasiagroup.net/files/upload/202502AtlasofImpunitySummary.pdf

Mujuzi, J. D. (2012). Analysing the agreements (treaties) on the transfer of sentenced persons (offenders/prisoners) between the United Kingdom and Asian, African and Latin American countries. *European Journal of Crime, Criminal Law and Criminal Justice, 20*(4), 377–414.

Opotow, S. (2002). Psychology of impunity and injustice: Implications for social reconciliation. In M. C. Bassiouni (Ed.), *Post-conflict justice* (pp. 201–216). Brill-Nijhoff.

Sousa, D. E. N. (2024). Government management process for welcoming refugees and guaranteeing human rights. *International Seven Journal of Multidisciplinary, 3*(1). https://doi.org/10.56238/isevmjv3n1-012

Stefanovska, V. (2016). Extradition as a tool for inter-state cooperation: Resolving issues about the obligation to extradite. *Journal of Liberty and International Affairs, 2*(1), 38–48.

*The Ljubljana - The Hague Convention 2023*. (2023).

Downloads

Publicado

2025-07-31

Edição

Seção

Articles

Como Citar

A CONVENÇÃO DE LJUBLJANA-HAIA COMO UMA ESTRUTURA FORMIDÁVEL NO COMBATE À IMPUNIDADE POR CRIMES INTERNACIONAIS: UMA AVALIAÇÃO DAS VANTAGENS DA ADESÃO E DOS DESAFIOS PERCEBÍVEIS PARA OS ESTADOS NÃO PARTES DO ESTATUTO DE ROMA. (2025). International Seven Journal of Multidisciplinary, 4(4), e7722 . https://doi.org/10.56238/isevmjv4n4-026