GAMOPATIA MONOCLONAL DE SIGNIFICADO RENAL: UM OLHAR NO ATUAL
Palabras clave:
Gamopatia monoclonal de significado renal, Nefrotoxicidade, Paraproteinemia, Terapia dirigida ao clone, Biópsia renalResumen
Introdução: A gamopatia monoclonal de significado renal compreende um espectro de doenças renais causadas por imunoglobulinas monoclonais nefrotóxicas, secretadas por clones B ou plasmocitários de baixa carga tumoral, que não preenchem os critérios diagnósticos para neoplasias hematológicas. Ainda que esses clones não configurem malignidades clássicas, possuem elevada capacidade de promover lesões renais clinicamente significativas. Objetivo: Realizar uma revisão narrativa da literatura sobre a gamopatia monoclonal de significado renal com ênfase em seus mecanismos fisiopatológicos, classificação histopatológica, abordagem diagnóstica e estratégias terapêuticas emergentes. Métodos: Conduziu-se uma revisão da literatura nas bases de dados PubMed e SciELO, abrangendo publicações dos últimos dez anos. Foram priorizados artigos de revisão sistemática, diretrizes clínicas internacionais e estudos originais com relevância para a prática nefrológica. Resultados: A gamopatia monoclonal de significado renal inclui um diversidade de lesões renais, como glomerulopatias associadas a imunoglobulinas monoclonais, lesões túbulo-intersticiais e comprometimentos vasculares. A biópsia renal permanece como o padrão-ouro para o diagnóstico, sendo essencial para a definição do padrão histopatológico e para a estratificação terapêutica. O tratamento visa a erradicação do clone produtor, utilizando terapias inspiradas nos protocolos do mieloma múltiplo e linfomas de células B, com destaque para os inibidores de proteassoma e anticorpos monoclonais. Evidências crescentes apontam que a intervenção precoce com terapias dirigidas ao clone está associada à estabilização ou melhoria da função renal. Discussão: A gamopatia monoclonal de significado renal representa uma entidade de relevância clínica crescente, cuja evolução pode culminar em doença renal crônica terminal. O reconhecimento precoce da condição, aliado a uma abordagem multidisciplinar envolvendo nefrologistas e hematologistas, é fundamental para mitigar o dano renal progressivo. A ausência de malignidade hematológica estabelecida não exclui a necessidade de tratamento agressivo, tendo em vista o impacto nefrotóxico das imunoglobulinas monoclonais.
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2025 José Antonio Fortes Braga Filho, Thayana Linhares Santos, Igor Marcelo Castro e Silva

Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial 4.0.