DIABETES RELACIONADO À FIBROSE CÍSTICA

Autores/as

  • Bianca Magalhães Ferrão

Palabras clave:

Diabetes Mellitus, Fibrose Cística, Regulador de Condutância Transmembrana em Fibrose Cística, Teste Oral de Tolerância à Glicose

Resumen

Introdução: O Diabetes Relacionado à Fibrose Cística (DRFC) é classificado como um tipo específico de diabetes por doença do pâncreas exócrino. Estima-se que 15-30% dos adultos com Fibrose Cística (FC) desenvolvem a DRFC, sendo o risco de Diabetes Mellitus (DM) na FC 20 vezes maior do que na população geral. Embora não seja altamente prevalente como o DM tipo 1 e DM tipo 2, o diagnóstico e o tratamento precoces do DRFC também são fundamentais para prevenir complicações e diminuir a morbimortalidade dos pacientes portadores dessa doença. Objetivo: Realizar uma revisão de literatura sobre o DM como comorbidade da Fibrose Cística. Métodos: Revisão de literatura por meio de pesquisa dos termos “Cystic fibrosis”, “Diabetes” do PubMed e Scielo dos artigos mais relevantes dos últimos 15 anos. Resultados e Discussão: O DRFC é a comorbidade extrapulmonar mais comum em pessoas com FC. Os principais fatores de risco são o sexo feminino e o avanço da idade. O DRFC está associado ao aumento da frequência de exacerbações pulmonares, maior redução da função pulmonar e pior estado nutricional. Variantes genéticas no gene CFTR causam a despolarização das células β, interferindo na liberação da insulina e causando hiperglicemia pós-prandial; diminuição do volume das ilhotas; aumento das concentrações de proteínas no ducto pancreático, levando a sua obstrução; estresse oxidativo, entre outros efeitos. Portanto, pode-se desenvolver apenas hiperglicemia pós-prandial, DRFC sem hiperglicemia em jejum e DRFC com hiperglicemia em jejum, podendo-se alternar entre essas categorias. A triagem da DRFC é recomendada anualmente a partir dos 10 anos de idade em pacientes portadores de FC. O exame mais utilizado para triagem e diagnóstico é o Teste Oral de Tolerância à Glicose (TOTG). O tratamento é multidisciplinar, baseado na insulinoterapia e, além disso, é recomendado a dieta hipercalórica. Conclusão: Em pacientes portadores da DRFC, as complicações, principalmente as exacerbações pulmonares, são mais frequentes. O diagnóstico é desafiador pelo perfil dinâmico da glicemia nestes pacientes e, até o momento, não há pontos de corte específicos para o DRFC, sendo utilizados os parâmetros de diagnóstico baseados em dados de adultos com DM tipo 2.

DOI: https://doi.org/10.56238/sevened2025.020-017 

Publicado

2025-05-22

Cómo citar

Ferrão, B. M. (2025). DIABETES RELACIONADO À FIBROSE CÍSTICA. Seven Editora, 209-222. https://sevenpubl.com.br/editora/article/view/7193