Agregados de α-sinucleína e a doença de Parkinson
Palavras-chave:
Neurodegenerative, Synucleinopathy, Amyloidosis, Pleated BetaResumo
A Doença de Parkinson (DP) é caracterizada pela degeneração progressiva dos neurônios dopaminérgicos da substância nigra, levando a alterações motoras que evoluem para tremores, rigidez e bradicinesia com instabilidade postural. Com o tempo, se observa distúrbios cognitivos, como demência leve, alterações emocionais como depressão e ansiedade, distúrbios autonômicos e do sono. Equivale a segunda enfermidade neurodegenerativa mais prevalente entre a população idosa, configurando-se como um quadro clínico crônico e progressivo. Atualmente é classificada como uma sinucleinopatia, pertencente a um grupo de doenças caracterizadas pela deposição anômala da proteína alfa-sinucleína. Essa proteína se agrega de forma anormal no tecido neuronal, dando origem aos corpos de Lewy. A α-sinucleína é uma proteína solúvel de 140 aminoácidos que aparece de forma abundantemente nos terminais sinápticos dos neurônios. A sequência de aminoácidos N terminal de 1-60 é composto por várias lisinas e essas repetições parecem ser importantes para a interação aos lipídios da vesícula. A sequência central que envolve os resíduos de aminoácidos 61-95 é a porção mais hidrofóbica da proteína, sendo conhecida como componente não amiloide beta, capaz de mudar o seu estado de hélice para folha beta pregueada, expondo os grupos hidrofóbicos e favorecendo a agregação proteica. Os resíduos 96-140 do C terminal são constituídos principalmente por aminoácidos ácidos, com carga negativa, necessário para a ligação do cálcio. Os mecanismos patogênicos da DP envolvem o enovelamento incorreto e a agregação de α-sinucleína, falha no metabolismo dessas proteínas por deficiência no sistema proteossoma/ubiquitina ou fagolisossomal, disfunção mitocondrial, inflamação e estresse oxidativo. A maioria dos casos de Parkinson são caracterizados por apresentarem natureza esporádica, correspondendo a cerca de 90-95%. As formas monogênicas podem apresentar caráter recessivo ou dominante, consistindo somente em 30% dos casos familiares e responsabilizando-se somente com 3 -5% dos casos esporádicos.
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