ESQUISTOSSOMOSE: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA NAS CINCO REGIÕES DO BRASIL
Palavras-chave:
Public health, Parasitic disease, Epidemiological data, Brazilian regionsResumo
A esquistossomose é uma doença parasitária causada pelo helminto, Schistosoma mansoni, que afeta aproximadamente 240 milhões de pessoas em todo o mundo, sendo o Brasil o país mais afetado das Américas, com 1,5 milhão de pessoas infectadas. A prevalência dessa doença está associada a condições socioeconômicas desfavoráveis e saneamento básico precário. Este estudo teve como objetivo avaliar o perfil epidemiológico dos casos de infecção por S. mansoni em cinco regiões do Brasil (Nordeste, Norte, Sul, Sudeste e Centro-Oeste) entre 2010 e 2021. Foram utilizados dados do Sistema de Informação do Programa de Controle da Esquistossomose (PCE) e do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) para análise de variáveis como sexo, faixa etária, raça e incidência por região. Os resultados revelaram que a esquistossomose é mais comum no Nordeste, onde a combinação de condições econômicas desfavoráveis e a presença de caramujos do gênero Biomphalaria contribuem para sua disseminação. Em contraste, o Sul e partes do Sudeste apresentaram menor incidência, o que foi atribuído às melhores condições sanitárias. A infecção acomete predominantemente homens, principalmente aqueles envolvidos em atividades em contato com ambientes aquáticos potencialmente contaminados, como pesca e agricultura, que procuram atendimento médico com menor frequência. A faixa etária mais acometida varia no Norte, entre 40 e 59 anos, e no Nordeste, essa faixa etária se destaca entre 2015 e 2021. Esses dados evidenciam desigualdades socioeconômicas na prevalência da doença, com maior incidência entre pardos nas regiões Norte, Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste, no Sul a prevalência é maior entre os brancos. A persistência da esquistossomose no Brasil evidencia a necessidade de estratégias de controle de acordo com o perfil epidemiológico regional. A esquistossomose continua sendo um importante problema de saúde pública no Brasil, exigindo estratégias que priorizem o saneamento básico, a educação em saúde, o tratamento e a vigilância epidemiológica para reduzir a transmissão e melhorar a qualidade de vida das populações afetadas.
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