EFICÁCIA E SEGURANÇA DA ESTIMULAÇÃO MAGNÉTICA TRANSCRANIANA NO TRATAMENTO DO TRANSTORNO DE USO DE COCAÍNA: UMA REVISÃO INTEGRATIVA
Palavras-chave:
Estimulação Magnética Transcraniana, Transtorno de Uso de Cocaína, Craving, Neuroestimulação, Tratamento não farmacológicoResumo
Introdução: O Transtorno de Uso de Cocaína (TUC) é um dos maiores desafios de saúde pública, apresentando altas taxas de recaída e ausência de tratamentos farmacológicos aprovados. Métodos convencionais, como a terapia cognitivo-comportamental (TCC), mostram eficácia limitada, tornando necessária a busca por abordagens alternativas. A Estimulação Magnética Transcraniana (EMT) tem emergido como uma ferramenta promissora, atuando na modulação dos circuitos cerebrais envolvidos no controle inibitório e craving, fatores essenciais para o sucesso do tratamento do TUC. Objetivo: Esta revisão integrativa teve como objetivo avaliar a eficácia e a segurança da EMT no tratamento do TUC, identificando seus impactos na redução do craving, do consumo de cocaína e na modulação neurofisiológica. Metodologia: A busca foi realizada em bases de dados científicas (PubMed, Scopus, Web of Science, PsycINFO e Cochrane Library), incluindo estudos publicados entre 2013 e 2023. Foram analisados ensaios clínicos randomizados, revisões sistemáticas e estudos observacionais que investigaram a aplicação da EMT em indivíduos com TUC. Os critérios de inclusão abrangeram pesquisas com amostras humanas e avaliação quantitativa dos efeitos da EMT sobre o consumo da substância. Resultados: Os achados indicam que a EMT em alta frequência (≥10 Hz) aplicada ao córtex pré-frontal dorsolateral esquerdo (DLPFC) promove redução significativa do craving e do consumo de cocaína, além de melhorias no controle inibitório e na impulsividade. A segurança do tratamento foi amplamente confirmada, com efeitos adversos leves e transitórios, como cefaleia e desconforto no local da aplicação, sem eventos graves registrados. No entanto, a heterogeneidade metodológica, a variação nos protocolos de estimulação e a falta de padronização dos desfechos dificultam a comparação direta entre os estudos. Conclusão: A EMT se apresenta como uma alternativa terapêutica inovadora e segura para o tratamento do TUC, especialmente para pacientes resistentes às abordagens convencionais. No entanto, para que seja consolidada como tratamento clínico, é necessário um maior rigor metodológico, com ensaios clínicos randomizados mais robustos, padronização de protocolos de estimulação e inclusão de biomarcadores neurofisiológicos. Além disso, estudos futuros devem explorar a integração da EMT com abordagens convencionais, como a TCC, para potencializar seus efeitos terapêuticos e ampliar sua aplicabilidade clínica.
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