AGENCIAMENTOS QUILOMBOLAS E RESISTÊNCIA COTIDIANA FRENTE AO CAPITALISMO NA AMAZÔNIA DO PÉROLA DO MAICÁ
Palavras-chave:
Pérola do Maicá, Resistência cotidiana, Modos de vida amazônicos, Territorialidade, EtnografiaResumo
O avanço de megaprojetos na Amazônia tem reconfigurado territórios urbanos-ribeirinhos, intensificando conflitos entre comunidades tradicionais e o capital global. Este estudo analisa as estratégias de resistência da comunidade quilombola Pérola do Maicá, em Santarém (PA), frente à instalação do Porto Graneleiro da EMBRAPS. Por meio de uma abordagem etnográfica, que incluiu observação participante (2020-2021), entrevistas semiestruturadas (N=15) e análise documental, identificou-se uma matriz tríplice de resistência: (1) ações coletivas organizadas (78% de participação comunitária); (2) táticas cotidianas, como manutenção de rotas não oficiais (87% dos casos) e partilha de pescado (73% das famílias); e (3) disputas simbólicas, com destaque para o "saber do lago" (92% das narrativas). Os resultados demonstram que o empreendimento restringiu 68% das áreas de pesca e elevou em 150% o valor dos terrenos (2012-2022), tensionando direitos territoriais. Conclui-se que a resistência no Pérola do Maicá configura um "urbanismo quilombola" - forma distinta de produção do espaço que articula parentesco, economia solidária e epistemologias locais, demandando políticas públicas que reconheçam tais agenciamentos como eixos de sustentabilidade na Amazônia urbana.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Vilmar Pereira Gomes, Glauciney Pereira Gomes, Livia Aguiar Valentim, Franciane de Paula Fernandes, Sheyla Mara Silva de Oliveira, Guilherme Augusto Barros Conde, Eduardo Soares Nunes, Valney Mara Gomes Conde

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.