AVALIAÇÃO ESPACIAL DA CONTAMINAÇÃO AMBIENTAL POR AGROTÓXICOS NO MUNICÍPIO DE PETROLINA-PE – PARTE II

Autores

  • Marcos Antonio Sousa Barros
  • Eden Cavalcante de Albuquerque Junior

Palavras-chave:

Contaminação Ambiental, Sistema de Informação Geográfica, Recursos Hídricos, Agrotóxicos

Resumo

Uma forma de se avaliar o risco de contaminação ambiental por um agrotóxico é considerar suas propriedades físicas e químicas em termos de capacidade de se associar ao solo, volatilidade, lixividade, solubilidade, etc. Os métodos de GOSS e GUS combinam essas informações permitindo criar um perfil do contaminante, servindo como subsidio para avaliar a potencialidade de contaminação dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos por um determinado agrotóxicos. Nesse aspecto, várias ferramentas podem ser utilizadas como as que consideram a combinação desses e de outros modelos associados a Sistemas de Informações Geográficas para mapeamento de regiões, em que as características do solo e recursos hídricos disponíveis permitem fornecer um perfil de vulnerabilidade no qual se encontra as diversas localidades, em particular as produtoras agrícolas. A região do sub-médio São Francisco é um dos principais polos produtores e exportadores de frutas do Brasil, sendo especializada na produção de uva e manga. O sistema agrícola implantado nessa região demanda uma avaliação de seus impactos no meio ambiente, notadamente no solo, na água e na atmosfera, através das características físicas, químicas e biológicas dos recursos naturais locais. Controlar o uso de agrotóxicos nessa região é um desafio para os órgãos de fiscalização ambiental. Este trabalho propõe-se a avaliar o risco de contaminação ambiental das regiões agrícolas de Petrolina-PE, baseado em informações construídas a partir de um Sistema de Informações Geográficas, considerando aspectos físicos dos compartimentos solo e água, destacando-se tipos de solo, potencial de condutividade hidráulica e declividade, associados com as propriedades físico-químicas dos agrotóxicos, recorrentes em amostras de diversas culturas coletadas em Petrolina, durante os anos de 2009, 2010 e 2011. Baseado nos métodos propostos (GUS e GOSS), o estudo revelou alto potencial de contaminação para aqueles agrotóxicos que sofrem lixiviação, com destaque para Azoxistrobina, Boscalide, Carbendazim, Dimetomorfe, Fenarimol, Metomil, Miclobutanile Thiamethoxam. Por outro lado, compostos como Cyproconazol, Difenoconazol (1,2), Propargito e Tebuconazol apresentaram alto potencial de contaminação de águas superficiais. Assim sendo os agrotóxicos lixiviáveis devem ser evitados em solos de alta drenagem hidráulica, bem como em solos de relativa declividade. A combinação dos dados de vulnerabilidade das terras com propriedades dos agrotóxicos evidenciou que é possível apontar, de forma preliminar, regiões de contaminação para diferentes agrotóxicos no município de Petrolina. A combinação de dados espaciais com o conhecimento químico pode apontar para práticas mais racionais onde cultura/ambiente/agrotóxico devem ser pensados como um conjunto que estabelece inter-relações.

DOI: https://doi.org/10.56238/sevened2025.029-028

Publicado

2025-08-08

Como Citar

Barros, M. A. S. ., & de Albuquerque Junior, E. C. . (2025). AVALIAÇÃO ESPACIAL DA CONTAMINAÇÃO AMBIENTAL POR AGROTÓXICOS NO MUNICÍPIO DE PETROLINA-PE – PARTE II. Seven Editora, 456-488. https://sevenpubl.com.br/editora/article/view/7746