DESINFORMAÇÃO CLIMÁTICA E MOBILIZAÇÃO DIGITAL: ONDAS DE CALOR NO BRASIL E JUSTIÇA SOCIOAMBIENTAL

Autores

  • Francisco Hélio Monteiro Júnior
  • Thales Cavalcante Linhares

Palavras-chave:

Infoesfera, Desinformação Climática, Negação Climática, Eventos Extremos, Comunicação Científica

Resumo

O ano de 2024 foi o mais quente já registrado no Brasil, com temperatura média de 25,02°C, revelando o agravamento da crise climática. Paradoxalmente, a negação dos riscos ambientais quase dobrou, passando de 5% para 9% da população, segundo o Datafolha. Tal contradição evidencia uma crise epistêmica e comunicacional que afeta a percepção pública sobre o aquecimento global. Objetiva-se analisar como a desinformação climática se propaga no país, comprometendo políticas de adaptação e mitigação. Para tanto, procede-se a uma abordagem qualitativa e documental, fundamentada no conceito de infoesfera, proposto por Luciano Floridi, e apoiada em dados do INMET, relatórios da ONU e literatura científica recente. Observa-se que a contaminação da infoesfera por narrativas falsas — amplificadas por redes sociais e grupos políticos — atua como vetor ativo de risco ambiental, transformando a desinformação em instrumento de poder simbólico e econômico. Os resultados indicam que o enfrentamento da crise climática requer também a proteção do ambiente informacional. Conclui-se que a sustentabilidade futura depende de uma governança epistêmica, capaz de articular ciência, tecnologia e justiça cognitiva, garantindo que a informação climática seja um bem público orientado pela verdade e pela preservação da vida.

DOI: https://doi.org/10.56238/sevened2025.036-064

Publicado

2025-11-26

Como Citar

Monteiro Júnior, F. H., & Linhares, T. C. (2025). DESINFORMAÇÃO CLIMÁTICA E MOBILIZAÇÃO DIGITAL: ONDAS DE CALOR NO BRASIL E JUSTIÇA SOCIOAMBIENTAL. Seven Editora, 1236-1250. https://sevenpubl.com.br/editora/article/view/8582