ARTEFATOS RELIGIOSOS COMO AGENTES: A INTERSEÇÃO ENTRE ESTÉTICA, ESPIRITUALIDADE E CULTURA

Resumo

O presente estudo tem como objetivo analisar a interseção entre arte e religião sob a perspectiva antropológica de Alfred Gell (1998) em “A pessoa distribuída”, complementada por entrevistas com praticantes de diferentes tradições religiosas. Os artefatos religiosos são compreendidos não apenas como objetos estéticos, mas como elementos ativos na vida espiritual e social dos indivíduos. De natureza qualitativa, a pesquisa fundamenta-se em revisão bibliográfica, incorporando, além de Gell (1998), as contribuições teóricas de Latour (2008) e Vernant (1990, 1992). A investigação empírica revelou que católicos e adeptos de religiões de matriz africana atribuem às imagens religiosas um papel de mediação entre o humano e o divino. Nesse contexto, entende-se que as obras de arte são dotadas de um sistema de agência, sendo capazes de influenciar e moldar as experiências espirituais dos sujeitos. As imagens religiosas são percebidas como canais de comunicação e símbolos que conectam o sagrado à vida cotidiana, exercendo profundo impacto emocional, simbólico e cultural.

DOI: https://doi.org/10.56238/sevened2025.026-006