SONO, ANSIEDADE E USO DE REDES SOCIAIS EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES: INTERCONEXÕES E DESAFIOS NO CUIDADO CONTEMPORÂNEO
Palavras-chave:
Sono, Ansiedade, Redes Sociais, Adolescente, Saúde Mental, Tecnologia DigitalResumo
Introdução: Os distúrbios do sono e os transtornos de ansiedade têm se tornado cada vez mais frequentes entre crianças e adolescentes, refletindo as mudanças comportamentais e tecnológicas da sociedade contemporânea. O uso excessivo de redes sociais, especialmente no período noturno, tem se destacado como fator de risco significativo para a fragmentação do sono, a redução da melatonina e o aumento do estado de alerta. Esse cenário contribui para o agravamento de sintomas ansiosos e depressivos, configurando um ciclo de retroalimentação entre privação de sono, ansiedade e hiperconectividade digital.
Objetivo: Analisar, por meio de revisão narrativa da literatura, a relação entre distúrbios do sono, ansiedade e uso excessivo de redes sociais em crianças e adolescentes, identificando suas causas, consequências e estratégias de manejo descritas na literatura recente.
Métodos: Trata-se de uma revisão narrativa realizada nas bases de dados PubMed, SciELO, LILACS e PsycINFO, abrangendo publicações entre 2015 e 2025, nos idiomas português, inglês e espanhol. Utilizaram-se os descritores sleep disorders, anxiety, social media, children e adolescents. Foram incluídos estudos com foco na população infantojuvenil e na relação entre sono, ansiedade e uso de tecnologia. A análise temática agrupou os achados em três eixos: causas e mecanismos, impactos psicossociais e estratégias de manejo.
Resultados: Os estudos revisados apontam que a exposição noturna às telas e o uso compulsivo de redes sociais reduzem a duração e a qualidade do sono, além de aumentar significativamente os níveis de ansiedade. Adolescentes com uso digital intenso apresentam até 2,5 vezes mais risco de desenvolver sintomas ansiosos e depressivos. A privação de sono prejudica a regulação emocional e o desempenho cognitivo, enquanto a ansiedade reforça comportamentos de vigilância e dependência digital. Intervenções baseadas em higiene do sono, educação digital e terapia cognitivo-comportamental mostraram-se eficazes para reduzir esses impactos.
Conclusão: Conclui-se que a interação entre sono, ansiedade e uso de redes sociais na infância e adolescência é multifatorial e bidirecional. A promoção do uso consciente da tecnologia, o fortalecimento dos vínculos familiares e a implementação de políticas públicas de educação digital são medidas essenciais para prevenir disfunções emocionais e preservar o bem-estar das novas gerações na era digital.
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